Filha do engenheiro e poeta búlgaro Pétar Russév (naturalizado
brasileiro como Pedro Rousseff) e da professora brasileira Dilma Jane
Silva, Dilma Vana Rousseff faz a pré-escola no Colégio Isabela Hendrix
e, a seguir, ingressa em um dos colégios mais tradicionais do Brasil, o
Sion, de influência católica, ambos em Belo Horizonte.
Aos 16 anos, transfere-se para uma escola pública, o Colégio Estadual
Central (hoje Escola Estadual Governador Milton Campos). Começa, então, a
militar como simpatizante na Organização Revolucionária Marxista -
Política Operária, conhecida como Polop, organização de esquerda
contrária à linha do PCB (Partido Comunista Brasileiro), formada por
estudantes simpáticos ao pensamento de Rosa Luxemburgo e Leon Trotski.
Mais tarde, em 1967, já cursando a Faculdade de Ciências Econômicas da
Universidade Federal de Minas Gerais, Dilma passou a militar no Colina
(Comando de Libertação Nacional), organização que defendia a luta
armada. Esse comportamento, de passar de um grupo político a outro, era
comum nos movimentos de esquerda que atuavam durante o período da
ditadura iniciada com o Golpe de 1964.
Em 1969, já vivendo na clandestinidade, Dilma usa vários codinomes para
não ser encontrada pelas forças de repressão aos opositores do regime.
No mesmo ano, o Colina e a VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) se
unem, formando a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares
(VAR-Palmares). Em julho, a VAR-Palmares rouba o "cofre do Adhemar", que
teria pertencido ao ex-governador de São Paulo Adhemar de Barros. A
ação ocorreu no Rio de Janeiro e teria rendido à guerrilha US$ 2,4
milhões. Dilma nega ter participado dessa operação, mas há quem afirme
que ela teria, pelo menos, ajudado a planejar o assalto.
Em setembro de 1969, a VAR-Palmares sofre um racha. Volta a existir a
VPR. Dilma escolhe permanecer na VAR-Palmares - e ainda teria organizado
três ações de roubo de armas no Rio de Janeiro, sempre em unidades do
Exército.
Presa em 16 de janeiro de 1970, em São Paulo, o promotor militar
responsável pela acusação a qualificou de "papisa da subversão". Fica
detida na Oban (Operação Bandeirantes), onde é torturada. Depois, é
enviada ao Dops. Condenada em 3 Estados, em 1973 já está livre, depois
de ter conseguido redução de pena no STM (Superior Tribunal Militar).
Muda-se, então, para Porto Alegre, onde cursa a Faculdade de Ciências
Econômicas, na Universidade Federal do RS.
Do PDT ao PT
Filia-se, então, ao Partido Democrático Trabalhista (PDT), fundado por Leonel Brizola em 1979, depois que o governo militar concedeu anistia política a todos os envolvidos nos anos duros da ditadura.
Dilma Rousseff ocupou os cargos de secretária da Fazenda da Prefeitura
de Porto Alegre (1986-89), presidente da Fundação de Economia e
Estatística do Estado do Rio Grande do Sul (1991-93) e secretária de
estado de Energia, Minas e Comunicações em dois governos: Alceu Collares
(PDT) e Olívio Dutra (PT).
Filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT) desde 2001, coordenou a
equipe de Infra-Estrutura do Governo de Transição entre o último mandato
de Fernando Henrique Cardoso e o primeiro de Luiz Inácio Lula da Silva, tornando-se membro do grupo responsável pelo programa de Energia do governo petista.
Ministérios
Dilma Rousseff foi ministra da pasta das Minas e Energia entre 2003 e
junho de 2005, passando a ocupar o cargo de Ministra-Chefe da Casa Civil
desde a demissão de José Dirceu de Oliveira e Silva, em 16 de junho de
2005, acusado de corrupção.
Em 2008, a Casa Civil foi envolvida em duas denúncias. Primeiro, a da
montagem de um provável dossiê contendo gastos pessoais do ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso. O dossiê seria uma suposta tentativa de
silenciar a oposição, que, diante do escândalo dos gastos com cartões de
créditos corporativos realizados por membros do governo federal, exigia
a divulgação dos gastos pessoais do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva e de sua esposa. Depois, em junho, a ex-diretora da Agência
Nacional de Aviação Civil (Anac), Denise Abreu, acusou a Casa Civil de
ter pressionado a agência durante o processo de venda da empresa Varig
ao fundo de investimentos norte-americano Matlin Patterson e seus três
sócios brasileiros. Dilma Rousseff negou enfaticamente todas as
acusações.
Em 9 de agosto de 2009, a ex-secretária da Receita Federal, Lina Vieira, disse ao jornal Folha de S. Paulo
que, num encontro com Dilma, a ministra teria pedido que uma
investigação realizada em empresas da família Sarney fosse concluída
rapidamente. Dilma negou a declaração de Lina, que, por sua vez,
reafirmou a acusação em depoimento no Senado Federal, mas não apresentou
provas.
Apesar de, em diferentes períodos, ter cursado créditos no mestrado e
no doutorado de Economia, na Unicamp, Dilma Rousseff jamais defendeu a
dissertação ou a tese.
De guerrilheira na década de 1970 a participante da administração
pública em diferentes governos, Dilma Vana Rousseff tornou-se uma figura
pragmática, de importância central no governo Lula. No dia 20 de
fevereiro de 2010, durante o 4º Congresso Nacional do Partido dos
Trabalhadores, Dilma foi aclamada pré-candidata do PT à presidência da
República. Em 31 de março, obedecendo à lei eleitoral, afastou-se do
cargo de ministra-chefe da Casa Civil. Durante a cerimônia de
transferência do cargo, assumido por Erenice Guerra, Dilma afirmou,
referindo-se ao governo Lula: "Com o senhor nós vencemos. Vencemos a
miséria, a pobreza ou parte dela, vencemos a submissão, a estagnação, o
pessimismo, o conformismo e a indignidade".
Dilma Rousseff venceu as eleições presidenciais de 2010, no segundo
turno, com 56,05% dos votos válidos (derrotou o candidato José Serra,
que obteve 43,95% dos votos válidos), tornando-se a primeira mulher na
presidência da República Federativa do Brasil. Ao tomar posse, no dia 1º
de janeiro de 2011, discursando no Congresso Nacional, Dilma afirmou:
“Meu compromisso supremo [...] é honrar as mulheres, proteger os mais
frágeis e governar para todos! [...] A luta mais obstinada do meu
governo será pela erradicação da pobreza extrema e a criação de
oportunidades para todos”.

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